Promoção do Envelhecimento Saudável

Geralmente ouvimos dizer, popularmente, que os pais educam e os avós deseducam, pois fazem todas as vontades dos netos, ou seja, tentam agradar em tudo. Com base nesse ditado quase que popular, inicio este post sugerindo que lembremos de nossos pais já envelhecidos ou encaminhados para esse processo natural de fase de vida, e até mesmo de nossos avós, que na sua maioria, realizavam todos os nossos desejos e vontades.

É a partir deste prisma afetivo e efetivo que desejo profundamente que se possa assumir a responsabilidade de que a Promoção do Envelhecimento Saudável não é tarefa somente do Governo Federal, Estadual e Municipal, apesar de terem à obrigação de desenvolver meios sócioeconômicos sustentáveis para que esta tenha eficácia. Nem somente, dos profissionais da área da saúde, mas contudo, temos que exercer nosso papel fundamental de cidadãos conscientes e politizados em relação à ajuda neste processo contínuo e árduo. Até porque, convivemos diretamente com essa realidade crescente mundialmente, como constatamos no post anterior, onde estima-se pelos dados do IBGE que em 2025 serão mais de 34 milhões de idosos no Brasil. O envelhecimento deve ser entendido como uma etapa da vida de um indivíduo, assim como é a infância, a adolescência e a fase adulta. Todas são fases onde ocorrem modificações fisiológicas, psíquicas e sociais, e por isso exigem dados, observações e conhecimentos específicos. Pode-se questionar como um indivíduo chega à velhice, a uma idade mais avançada? Quais são suas características pessoais? Há alguma patologia instalada? Vive uma vida social ativa? Executa as atividades da vida diária ( AVD) , ou seja, alguma habilidade foi perdida ou está num processo de degeneração? E a memória, como está? É uma velhice bem sucedida? Essas questões devem ser constantemente ruminadas para que se trabalhe com eficácia e com diretrizes concretas no desenvolvimento da promoção do envelhecimento saudável que é, na verdade, a velhice bem sucedida.

"Velhice bem sucedida é uma condição individual e grupal de bem estar, físico e social, referenciada aos ideais da sociedade, às condições e aos valores existentes no ambiente em que o indivíduo envelhece, e às circunstâncias de sua história pessoal e de seu grupo etário."(NERI,A. - Psicologia do Envelhecimento. Campinas, SP: Papirus, 1995. 276p.)

O cumprimento da Promoção do Envelhecimento Saudável compreende o desenvolvimento de ações que orientem os idosos e os indivíduos que estejam em processo de envelhecimento quanto à importância da melhoria constante de suas habilidades funcionais, mediante à aquisição preventiva de hábitos saudáveis de vida e a eliminação de comportamentos nocivos à saúde. Entre os hábitos saudáveis, deve-se destacar, por exemplo, uma alimentação balanceada e adequada; a prática de exercícios físicos; o convívio social e a busca, em qualquer fase da vida, de uma atividade ocupacional prazerosa. Em relação aos hábitos nocivos, merecem destaque o tabagismo, o alcoolismo e a automedicação. Todos esses temas são objetos de processos educativos e informativos continuados e, todos os níveis de atuação do SUS, com a utilização de diversos recursos,tais como: distribuição de folhetos e cartilhas do Ministério da Saúde(MS), bem como o desenvolvimento de campanhas em programas populares de rádio; veiculação através de propaganda na televisão; treinamento de agentes comunitários de saúde e profissionais voltados para a saúde da família, para que estes sejam educados, no seu cotidiano, a adquirir hábitos saudáveis. Ênfase especial será dada à orientação dos idosos e seus familiares quanto aos riscos ambientais, que favorecem quedas, e que acabam comprometendo a capacidade funcional destes indivíduos. Deverão ser garantidos aos idosos,como também aos portadores de deficiência, condições adequadas de acesso aos espaços públicos, tais como rampas, corrimões e outros equipamentos que facilitem o deslocamento desses indivíduos idosos. Paralelamente à Promoção de hábitos saudáveis,serão promovidas ações que visem à prevenção das perdas funcionais em 02(dois) níveis específicos: a prevenção de agravos à saúde, como as campanhas de vacinação, e a detecção precoce de problemas de saúde potenciais ou já instalados,cujo avanço poderá colocar em risco as habilidades e a autonomia dos idosos. A palavra chave para todo esse programa de promoção do envelhecimento saudável é a PREVENÇÃO,através da qual sempre remete a possobilidades de sucesso em todos os níveis de qualidade que se deseja não só para os indivíduos idosos, mas para a população em geral. Deixo aqui uma simples reflexão: Será que contribuimos e reinvindicamos à favor da promoção de um envelhecimento saudável em relação aos nossos familiares, amigos e da população em geral? Que essa seja mais uma luta que se possa abraçar como cidadãos que desejam um mundo melhor e com mais Qualidade de Vida para todos!